quarta-feira, dezembro 31, 2008

Blue Moon...

Blue Moon... You saw me standing alone, without a dream in my heart, without a love on my own…
It was like shooting a sitting duck. A little long talk, a smile and there I was… stuck! I still don't know what you've done to me. A grown-up woman should never fall so easily like that, and I felt a kind of fear when you were near me… Maybe I was guessing what was about to happen.
I've had a few little love affairs, they didn't last very long and they've been pretty scarce, I used to think that was sensible, but it makes the truth even more incomprehensible, because everything is new for me now and all I've learned has definitely overturned.
I wasn't jealous before we met, now every woman I think of is a potential threat, I feel it isn't nice. You've heard me saying that smoking was my only vice. But now it isn't true. Now everything is new, everything is different and unsatisfied, I skip my pride, and I keep thinking of you.
Well, I would like to know how much longer it will take to cure this. ‘Cause I feel like a snowball running down, melting under sunlight. I want to hear your whisper once again…, no, it is even worse, I feel I am all of a suddenly “accidentally” in love. But I can't take a chance on you, that's something I could never do, there's that look in your eyes, I can read in your face that your feelings are driving you wild. I can chat with you, flirt a little, maybe… But better slow down, I can see what you want, but you also seem to be searching for that kind of fun, so maybe I'm not the one, not now. I like your style and I know what you mean when you give me a flash of that smile. We know the start and we know the end, masters of the scene, we’ve done it all before and now we’re back, although it is never the same.
So take it now or leave it, now is all we get, nothing promised, no regrets, no big decision, you know what to do and I know what you think… looking mighty proud. I’m really glad you came. But I can see you waving goodbye with an absent-minded smile, I watch you go with that well-known sadness and I have to close my eyes for a while. I feel the feeling that you are going away, and now it’s for good, now it’s forever and I didn’t even get the chance of entering your world.
But I will still feel glad whenever I can share your laughter, that funny old friend of mine, just like the past… I try to capture every minute, the feeling in it… Do I really see what's in your mind? Each time I think I'm close to know, you keep on leaving, slipping through my fingers all the time.
But once there was a moment, I remember sleep in our eyes, you and me at a sort of lunch table, barely awake, I let precious time go by, then when you’re gone there's that odd melancholy feeling and a sense of guilt I can't deny. What happened to the wonderful adventures of ours? The places we had planned for us to go to? Well, some of that we did, but most we didn't and why? I just don't know. Sometimes I wish that I could freeze the picture and save it from the funny tricks of life. And I still don’t know weather I would freeze our past or our today. So the only thing I ask you is not to go wasting your emotion all around, even if you refuse to lay your love on me, but you are too precious for just anyone…
Love always, your friend since always…
Me

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Procriando mundos...

Outro dia ouvi de alguém que a maneira mais eficaz de nos conhecermos melhor é viajando, saindo do nosso habitat natural! Acho que esse alguém tinha razão. Ao sair, ir de encontro ao que não conhecemos, acabamos por descobrir não só um lugar novo, mas um mundo novo dentro de nós mesmos. E eis que encontrei algo, coisas, pessoas, e, por fim, um alguém.
O que agora escrevo para esse alguém, também para todos os alguéns com quem estive nesses últimos dias e, por fim, para mim mesma.
Certo dia, também ouvi de minha filha: “mamãe, você é muito ESPESSOAL!” Adorei aquilo! Seria (como comentou um sábio conhecido), um especial sem identidade, um ex-pessoal, agora público, pessoalmente especial, pessoal e especial ao mesmo tempo!
Pois bem, diria que estive com pessoas especiais e, por fim, estive com alguém simplesmente espessoal! Com certeza já havíamos estado juntos antes, até mesmo no sentido literal das palavras, mas também, e com a mesma certeza, nunca havíamos nos encontrado antes de fato.
Estou falando de sintonia, de sintonizar o próprio ser e estar, aqui ou ali, comigo e com o outro. Acho que dessa vez, e, pela primeira vez, você me viu, me conheceu e você só me conheceu quando eu fui você. Mas, ao mesmo tempo, você não me reconheceu porque ainda não se sabe eu.
Quanto a mim e eu, talvez, ter sido o outro, ter sido você, provavelmente, eu também era eu naquele momento. Eu sempre fui muitas. É complicado entender isso, mas eu sempre fui muito em muitas, mesmo sendo uma só a todo tempo. Só depende de como e quem se disponibiliza a me ver.
Quando estabelecemos uma sintonia com nós mesmos, percebemos com mais nitidez o outro, com mais vontade conseguimos ser o outro. No entanto, geralmente nosso grau de miopia não nos permite ver as coisas, o algo, os alguns, os alguéns, ou mesmo um alguém espessoal.
É tudo uma questão de reflexo. Tudo, todos por quem passamos, quem encontramos: esses são todos reflexos nossos apenas.
E, às vezes, nos deparamos com alguns reflexos que não nos reconhecemos neles, esses são o nosso lado careta, nossa parte limitada, nosso ser ignorante, todos eles se manifestam através dos outros que cruzam nosso caminho.
A maioria de nós quer seguir um caminho descrito pelos outros, traçado pela ilusão do outro de ver em nós simplesmente a si mesmo. Poucos têm força, coragem, determinação, firmeza para não “refletir” o outro, e traçar o próprio caminho.
Li por aí que existem milhares de eu-pressores, mas acredito que todos os eu-pressores estão em nós, só precisamos nos transformar, fazer uso do nosso próprio reflexo nos outros e não nos deixar contaminar por reflexos alheios de pessoas, pressões, eu-pressores. É preciso inverter, reverter, inserir-se em contextos inadmissíveis, possibilitando realidades fictícias, materializar sonhos, deixar que o inadmissível se torne admissível e o impossível possível. Precisamos ser como um livro aberto com mais de infinitas páginas, falando, descrevendo, escrevendo, gritando sobre mais do que tudo, sobretudo, gritando infinitamente sobre tudo.
Bom, vou indo... Acho que finalmente chegou a hora de refletir... É tempo de produzir, de não "mudar" e "mudar", preciso me separar de você agora para poder "mudar" minhas idéias, meus afazeres necessários gritantantes e os desnecessários "mudos"...
Criados-mudos!
Enfim, tenho que ir...
Mas te mando notícias de mim, se souber alguma...
E, enquanto isso... vamos criando-mudos, procriando mundos!

O silêncio das palavras que gritam em mim...

Acredito que por algum tempo habituei-me a companhia das palavras, ao silêncio da noite, a vista da ponte por sobre o mar e ao som incessante do vento entrando pelas frestas dos espaços que ficam por entre aberto ao que não conseguimos fechar totalmente, encerrar.
Mas, isso foi há um tempo atrás. Tempo esse que já não sei dizer quando foi ou se foi. Acho que estava por aí, distante de mim. Há tempos me distanciei das palavras. Elas deixaram de ser meu vício e o vício, ou melhor, os vícios passaram a ser outros.
Mas hoje estou de volta ao velho vício das palavras, o vício de me acompanhar delas, e agora para sempre, como sempre foi... Como casamento em igreja, na alegria e na tristeza, na doença e na saúde, na riqueza e na pobreza, até que a morte nos separe.
Casei-me com as palavras. Escrever não é vontade, é necessidade. É por isso que os músicos tocam, que os pintores pintam, que os escultores exculpem, que os atletas correm: porque precisam.
E eu preciso me fechar todos os dias na companhia de minhas próprias palavras, das palavras dos outros e da palavra do outro que perpetuam em mim através do registro das minhas próprias palavras.
E assim sigo, na companhia das palavras que sopram pelas frestas dos espaços que ficam por entre aberto na cálida tolerância das palavras que insistem em gritar em mim.

quarta-feira, novembro 26, 2008

Quando quiser falar ou calar...

Às vezes falamos quando queríamos calar, às vezes calamos quando queríamos falar, mas apenas o fazemos através do outro, pois o outro tem um excedente de visão que completa o eu: único lugar possível de uma completude sempre impossível! Portanto, tenho aprendido que não poderia ser eu sem o outro para me calar ou me fazer falar, pois o meu falar de mim nunca seria um falar de mim, seria sempre um falar sobre mim sem falar de mim, sem falar em mim. Portanto, não tenho nada a falar de mim, a ser de mim, se não existir o outro, que me cala ou me faz falar. Então, só então, talvez, eu tenha tudo a falar de mim, a ser de mim. Esse mim-com-o-outro interessa muito mais a mim. Mim não quer mais saber de mim, está à procura do outro para ver o mim mais de perto. E, talvez, agora, eu possa calar ou falar quando quiser.
A você, outro, o meu, mais em mim, muito obrigada!

sábado, novembro 15, 2008

Estou por aí... menos em mim...

Se alguém perguntar por mim, diz que fui por aí...
Fui por aí, sai por aí, mesmo ainda estando aqui, mesmo sem sair do lugar. Estou por todos os lugares, menos por aqui, menos em mim. Não sei por onde ando, nem o que quero, “a máquina de confabulações imaginárias” já não trabalha, parou de funcionar... Deve ter sido a maresia! Pois é, essa mesma maresia que vem com o vem e vai do mar, das ondas no mar... Assim como as ondas do mar nos traz a maresia, que corrói as máquinas e deixa tudo a ‘ver navios’, a vida também nos traz esse vem e vai de pessoas, todas com seus ids, egos e super egos, que, igualmente, nos corrói, nos destrói, faz parar o tempo, faz de seus discursos, máquinas destruidoras de confabulações imaginárias! Por isso estou de férias, tirei férias. Férias de mim, do outro, dos outros e de todos os outros! E, vou logo avisando, “não volto”, não quero voltar, não tenho por que voltar. Vou continuar por ai, em qualquer lugar, menos em mim.
Acho que ouvi algo sobre “relacionamentos não são os de sangue, mas sim os de oxigênio”. Então, já sei! Vou por aí, a procura de OXIGÊNIO!!!

Justamente o que estava intransitivamente ausente...

Você me dizia JustamenteUmaLindaIntransitivaAmigaNuncaAusente...
E olha o que achei...

TEMPOS VERBAIS

às vezes lembro
dos pretéritos
perfeitos e imperfeitos
mais-que-perfeitos
e até futuros

que não voltam mais
que cederam a vez
que revi passar
para me ver somente
recordar os verbos

meu nome é presente
todo ser já fui
tudo que era sou
eu fora porque seria
lembrar é o meu ainda

Um 'presente' de Tiago Mesquita...

quinta-feira, agosto 21, 2008

O enigmático sob o olhar chasconado

O enigmático sob o olhar chasconado
Por Juliana Barreto
Enigmático, esconde por trás de uma barba hippie, um olhar triste, de homem vivido, misturado ao sorriso alegre, de menino levado. Poderia, facilmente, ser considerado parte integrante de um movimento, que se convencionou chamar de contracultura, mas apenas e, exclusivamente, se esta figura tivesse pertencido aos desinfreados anos 60 e 70, que não é o caso.
Entretanto, pode-se dizer que o mesmo, em plenos tempos atuais, todavia adota um estilo de vida “maldito”, tendendo a uma espécie de socialismo-anarquista ou, no mínimo, que entra em desacordo com valores tradicionais da classe dita burguesa e das economias capitalistas e totalitárias. Trata-se, portanto, de um ser dotado de patriarcalismo, em busca de produzir cultura da terra e autêntica, exclamando contra a massificação, o consumismo, o autoritarismo, e os valores tradicionais, que, para tal, não tem legitimidade.
Enigmático sim, pois apesar dessa apresentação inicial, o dito-cujo ainda se alimenta também de uma condição sócio-cultural pertencente ao capitalismo contemporâneo caracterizado pelo fim das metanarrativas – grandes esquemas explicativos que garantiam à ciência o poder de verdade absoluta, pasmem: o cidadão vive de ciência, pertence ao planeta, ainda quase inesplorado, da acadêmia.
Embora haja controvérsias quanto ao seu significado e pertinência, o bom uso ou o mau emprego do protagonista e do termo ‘enigmático’, respectivamente, se tornou evidente aos olhos de uma personagem completa e rudemente chasconada. Tais controvérsias possivelmente resultem da dificuldade de se examinar processos em curso com suficiente distanciamento e, principalmente, de se perceber com clareza os limites ou os sinais de ruptura no dado processo.
Segundo alguns desavisados e utilizadores do ‘termo’, esta ‘condição’ enigmática caracteriza-se, principalmente, como crítico cineficista latino transgressor, o que poderia justificar sua lógica cultural sócio-anarquista tardia, correspondendo a uma realidade ambígua, tal qual seu olhar sério e sorriso maroto, multiformemente mascarados pela barba hippie, de homem conhecedor das idéias que operam na superação de si mesmo, na tentativa de questionar o mundo que o cerca.
Humildemente, La Chascona prefere denominá-lo “hippier-enigmático”, por considerar não ter havido, de fato, uma croncretização de um ser maldito, mas apenas a busca, o tentar o ainda-não-ousado, o novo, que por sua vez incorre em transgressão, ruptura com os tempos modernos, não como subversão da ordem, mas como implementação, criação, e, quem sabe, complementação.
Já o objeto de estudo, aqui descrito, concebe o conceito ‘enigmático’ de forma mais simplista, relacionando-o à posturas politicamente polidas, determinadas a portar-se de modos sóbrios, silenciando e calando qualquer tentativa de exito ou de exposição.

Fui ao MADA 2008

Sábado, dia de sol, noite chuvosa... Chuvosa??? Um ‘arrastão’ de gente molhada e ‘de molho’ a esperar por Seu Jorge. Foi bom o lugar... E, se não me embaçassem os pingos que caiam sobre a minha massa encefálica, cognitivamente limitada pelas várias “sóis” que bebi, lembro-me, com certa dificuldade, da longa noite de sábado que passei ali, dos espaços repletos de pessoas de todos os cantos da cidade e de outras cidades que ali chegaram com as mais diversas intensões, misturando os mais variados rostos e estilos; das paqueras, das roupas, dos playboys e dos malandros, das louras e das morenas com seus saltos-altos já castigados pelo desnível entre calçamento e barro, onde pessoas e vendedores ambulantes competiam por espaço, barro, chão molhado. Era pra ser o reduto dos apreciadores da boa música.
O evento foi ali, na Via Costeira, não na via, mas em um espaço paralelo a via. Os mais observadores poderiam até ter contestado, alegando o formato poligonal concêntrico da área de convivência daquele espaço que, aliás, de via costeira só restou o nome, pois não se via nada, nem mesmo qualquer sombra de costa atlântica, ou mesmo de show.
Nada de mais, espaço, areia, pistas de “dancing”, ladeira, subida, bares e caixas de isopor no meio da chuva a vender ‘Sol’. E não é uma ironia? Num lugar onde só se deu chuva, havia muitas e muitas ou muito, mas apenas, ‘Sol’ a venda.
Mas tudo bem, em resumo, um clima aconchegante – meio Europa cinzenta, porém sem os cafés ou os casacos de couro, apenas mesas nas cabeças, queixos batendo e ‘sol’ nas mãos. Bem Europa mesmo, mas de bicicletas só se viam os vários carrinhos – ‘bares móveis’ e taxistas a enfileirar-se ao longo da via, onde não se via coisa alguma.
Enfim, era a Via Costeira sediando o MADA 2008. E a gente toda estava lá, molhada na imensidão que se tornou a arena a céu aberto, feito “pintos molhados” apinhados em multidões, resvalados a uma tenda de circo. Mas o circo mesmo estava montado sob o nome de “área Vip”, onde se pagava R$40,00 para manter mechas recém escovadas que invariavelmente desfilaram por lá. E isso bastou.
Não diria apropriado, o lugar, resultado de alquimia bifásica de “heave” com tri vela, teve a intenção de ser agradável. Lá dentro, na área vip, a meia-luz, camisas salientando grifes, marcas, modelos, estilos ou simples propagandas de Bandas recém constituídas tratavam de chamar a atenção de quem entrava.
Teve-se de tudo, música ao vivo, dentro e fora, para todos os gostos e tons. O lugar, aos poucos, tornou-se ponto de encontro das pessoas ditas ‘descoladas’ da cidade que pra lá se dirigiram, lotando o circo, a área vip, o barro desnivelado e as calçadas da Via Costeira, que por sua vez tomava conta da via com suas mesas improvisadas ao estilo bar aberto. Era balada. Casa cheia. Valia tudo. Carros trafegavam com dificuldade em meio ao enxame de homens e mulheres correndo na chuva e da chuva e outros carros e ambulantes e mais gente e mais chuva...
Apesar de não ser fã de baladas da sociedade, fui ao MADA, fã da boa música. Afinal o evento MADA já se tornou um hábito, um costume, uma necessidade na cidade; foi mais forte do que eu. Tinha amigos e música boa. Não precisei de mais nada após o trampo, quando meu corpo fatigado da labuta estampou a mensagem de ‘low-batt’ ante meus olhos já cansados. Nem liguei, fui ao MADA.
No entanto ao primeiro passo dado em direção ao evento, meta daquela semana, deparei-me com a saudação da chuva, mas não me dei por vencida, segui em frente, fui ver seu Jorge na Via Costeira. E eu até cantei Seu Jorge, mas só os refrões, e dublei o restante das músicas, pois sabia que meus amigos, se ainda sóbrios, ririam do meu pobre conhecimento resumido a rádio e internet.
Por fim, fui pra casa de alma lavada, não só lavada, mas literalmente encharcada pela chuva, mas sai dali também de humor renovado devido à situação trágica, porém cômica que todos ali se encontravam. Fui embora pronta para enfrentar o dia seguinte, domingo, dia de sol, mas que por sorte minha já não teria apenas a opção ‘Sol’ para me alimentar...

quinta-feira, julho 31, 2008

Por que eu apareci? Porque Você me Chamou e Eu Vim

Por que eu apareci? Porque Você me Chamou e Eu Vim
por Juliana Barreto

Você perguntou por que eu apareci em sua vida e, exatamente neste momento. Apareci porque você me chamou, porque você quis assim, você quis que eu chegasse, você quis que eu aparecesse, exatamente assim, exatamente neste exato momento, exatamente agora, exatamente assim, você quis me conhecer e eu simplesmente apareci, você me chamou e eu apenas respondi ao teu chamado, eu vim, simples assim. Quanto a mim, eu andava meio me escondendo por aí, não queria sair, não queria conhecer ninguém, encontrar ninguém, eu estava em paz comigo mesmo, só queria estar comigo e mais ninguém. Mas você surgiu do nada e de BH, quase como se estivesse me preparando para te conhecer, em uma fase ‘incubadora’, em uma fase em que nada dá, estava me conhecendo para, só assim, estar pronta, estar, talvez, e dessa vez pela primeira vez, inteira para alguém. E o que me levou a isso? Você, eu, o RÔtary, sei lá... Só sei que me senti no direito, mesmo sem você ter me outorgado a liberdade, ou o direito, eu fui entrando e você abriu os teus armários, todos e tantos, que cheguei a pensar em fugir, mas não consegui. Acho mesmo que eu estava a te esperar, talvez para ver deitar o sol sobre os teus braços, ainda que nem tanto, mas para mim, castos.
Sobre ‘gostar de um outro alguém’, seria mais uma fuga, mas agora não mais minha, mas sua apenas, ou seria pena, pesar? Sei lá... Mas por hora, apenas cobre a tua culpa vã, pois até amanhã eu vou ficar, pra fazer do teu sorriso um abrigo. Pode me cantar e contar toda sua vida, pois é pelos cantos, e por todos os cantos que eu vou chegar. Pode cantar o teu encanto, que eu não me incomodo de me encantar. Aliás, conta para mim, qualquer coisa assim, sobre você, é sempre bom escutar o eco do nosso próprio ego. Ecoa, ressôa, mas me conta qualquer coisa que explique a minha paz. Tristeza, nunca mais. E quer saber do que mais? Mais vale o meu pranto, que este conto em solidão. E eu estava a te esperar mesmo, quando foi só você chamar... Nessa espera o mundo gira em linhas tortas. Agora, abre as tuas janelas, pois a primavera quer entrar, pra fazer dos nossos sorrisos, abrigos e dos nossos discursos, uma só voz, uma só língua, e aí, quem sabe, linguística pura!
Conta que é de canto que eu vou chegar, conta toda a sua vida e me toca um tanto, que é pra eu me encontrar. Conta para mim, qualquer coisa assim, sobre você... Que explique a minha paz... Tristeza, nunca mais... Amores? Temos um tanto e todos infinitos... Mas, tristeza, nunca mais!!
Foi bom te conhecer e me conhecer assim, ainda mais. Pronto, já não tenho mais medo, posso até tomar café quente, que não vou me queimar!

segunda-feira, julho 14, 2008

Você me cantou, cantou para mim e me (des) encantou...

Você me cantou, cantou para mim e me (des) encantou...
Juliana Barreto

Quando te vi pela primeira vez estava em guerra comigo mesma. Gritava aos quatro ventos You’ve got to get yourself together, you’re stuck in a moment, and you can’t get out of it..., mas gritava principalmente tentando fazer uma única pessoa ouvir meus apelos – eu mesma. E insistia, don’t say that later will be better..., e foi assim que naquele exato momento, decidi, resolvi, mesmo que ainda incrédula, acreditar que, talvez, quem sabe, poderia me permitir perceber aquele one love, one life, one need, in the night, e me deixar olhar, me importar, pois one love leaves you, darling, if you don’t care. Mas ‘tough’ que sou, optei por partir primeiro. E partindo, não estaria deixando de me importar, e assim levando alguém a me deixar. Mas simplesmente não estaria ali para me importar, ou ter que suportar, mais adiante, alguém que talvez me convencesse a sair do prumo, mudar meu rumo. Estava em paz, mesmo que não exatamente, mas procurava stand myself up straight, carry my own weight... I was just trying to find a decent melody, a song that I could sing in my only company... E só queria poder estar in my only company... nobody was aloud to get in... Mas eis que você cantou para mim, a decent melody, a song that I could sing, me cantou e me contou que eu já estava desencantada, ou quem sabe, agora encantada. Mas principalmente você insistiu, me apareceu, surgiu quando eu menos esperava e mais precisava, por tantas vezes, que perdi as contas, e que você nem deve lembrar ou mesmo saber, me fez companhia. Não aquela companhia que você buscava, mas a companhia que eu ansiava e até esperava. E assim me fez ver, renascer e perceber o quanto poderia estar presa a águas passadas e que já não moviam moinho, com medo de pisar em terra firme, nunca antes habitada... Me fez provar, eu quis provar, conhecer, e assim me conhecer, me testar, me convencer de que o que tinha medo, nada mais era do que simplesmente de mim mesma, me libertar. E depois que te vi, nem por isso cai, nem por isso me desequilibrei, mas ao te conhecer apenas me reestruturei, finalmente I got myself together... Obrigada por me fazer enxergar que sometimes I just can’t make it on my own. E agora aprendi what a beautiful day really is... and I won’t let it get away... porque agora eu sei que what you don’t have you don’t need, and what you don’t know you can feel it somehow. And now I know what a beautiful day really is.
É isso, é mais ou menos por ai...

domingo, julho 06, 2008

Amar é Deixar Alguém Te Amar

Amar é Deixar Alguém Te Amar
Por Juliana Barreto

Acabo de chegar em casa e percebo que justo quando pensamos que somos perfeitamente capazes de morrer de amor, podemos sair e conhecer um mundo de gente que igualmente, por vezes mais ou menos, também poderíamos morrer de amor, e percebo que tudo, absolutamente tudo na vida é uma questão de escolha, podemos escolher nos acomodar ou lutar, podemos escolher morrer de amor ou sair e conhecer gente nova, podemos escolher ficar esperando uma ligação ou ligar logo e levar um fora ou não, podemos escolher ser a vítima ou sacanear alguém, podemos escolher ou ser escolhido...
E do que se trata afinal? Escolher ou ser escolhido, conquistar ou ser conquistado, será que mesmo quando nos permitimos ser conquistados não estamos na verdade escolhendo quem pode ou não pode nos conquistar? E será que quando escolhemos tudo não estamos na verdade só controlando tudo? Ai é quando me lembro de algo tão simples e aparentemente tão óbvio que sempre repeti: quando eu quero, eu quero quando eu não quero eu não quero... E penso: será que não estava eu mais uma vez dando as cartas, decidindo, controlando, enfim escolhendo? Então quando será que não escolhemos, ou melhor, quando será que não devemos escolher? Qual é a hora de falar ou de ouvir, qual é a hora de agir ou de ser guiado, de tomar a frente ou de se deixar levar, de convencer ou de ser convencido? Um dia desses conversando com alguém, discorrendo sobre meus encontro e desencontros amorosos, eis que esse alguém cantarola ao meu ouvido uma música de Legião urbana: saber amar é deixar alguém te amar... Fui embora e agora quase 10 dias depois de ter ouvido aquele sussurro não consigo deixar de pensar nessa música, a qual até cheguei a imprimir da internet, o que foi mil vezes pior, pois o restante da música era ainda mais esmagador, e acredito que a pessoa que me sussurrou tal música talvez não tenha nem noção da completa desarrumação que causou ao quarto dos meus pensamentos... Então se amar é deixar alguém te amar, não escolhemos esse alguém? E se escolhemos como permitir que sejamos amados, escolhidos? Sinceramente não faço a menor idéia, mas só queria aprender, descobrir... Dar a chance ou mesmo aprender a ganhar a chance de amar alguém e deixar alguém me amar.

Zona de Conforto que só A Dor é capaz de proporcionar

Zona de Conforto que só A Dor é capaz de proporcionar
por Juliana Barreto

Acordei e fui verificar minha mais recente produção textual, ou seja, reprodução do meu intelecto, dos meus sentimentos, do que há de mais íntimo em mim, do meu mais profundo eu, enfim o que escrevi ontem ao chegar em casa e que por fim só descobri hoje ao acordar. E eis que cheguei a uma conclusão desgraçada, sofrida, mas profundamente verdadeira. Como eu estava adorando sofrer por você! Isso me fazia produzir loucamente, a ponto de chegar a produzir minha tão sonhada obra. Mas dado ao fato de que já não conseguia produzir tanto assim, me peguei curada e sem saber se isso era bom ou ruim. Tentei uma última vez, apelativamente, ainda me colocar aos seus braços, na ânsia de fugir de um novo amor, mas eis que você foge mais uma vez, como sempre fugiu. E eu me pego incrédula a desconfiar, que talvez inconscientemente tenha mando essa mensagem para você, pois foi o melhor que poderia ter feito por mim. Ao ignorar minha busca por você, busca essa, e só agora compreendo, não exatamente por você, mas uma fuga de mim mesma. Melhor seria ter permanecido em paz, na mais completa paz da minha zona de conforto, do meu sofrimento inabalável e tão reconfortantemente tranqüilo. Não precisaria me arriscar a sofrer novamente. Caída ali, totalmente esmagada pelo sentimento dilacerante do sofrimento de ter perdido um amor. Pronto, zona absoluta de conforto, não estaria sujeita a sofrer novamente, a ter que caminhar pelos difíceis ladrilhos da desilusão. Zona absoluta de conforto, ponto final. Sofro por ele sim, choro por ele sim, e quero ficar exatamente aqui, não me chamem, não me animem, não me façam ter o trabalho de gostar de um outro alguém. Deixem-me exatamente aqui, onde estou, com meu sofrimento, em paz. Um homem com uma dor é muito mais elegante, já dizia Zélia Duncan. E como ela estava certa, me sentia exatamente assim, eu carregava o peso da dor como se carregasse uma medalha, uma coroa, um milhão de dólares ou coisa que os valha. Na verdade estava simplesmente ancorada, protegida pela minha mais feliz zona de conforto do sofrer. Ópios, édens, analgésicos, não me toquem nessa dor. Ela é tudo que me sobra e Sofrer seria minha primeira e última obra, mas não mais. A vida agora é tudo que me sobra e Viver será a nossa última obra.
Obrigada pela Dor.

Hipocondria ou Hipocrisia?

Hipocondria ou Hipocrisia?
por Juliana Barreto
Hipocondria?
A hipocondria, do grego hypo- (abaixo) e chondros (cartilagem do diafragma), é um estado psíquico que se caracteriza pela crença infundada de se padecer de uma doença, às vezes grave. Costuma ser uma obsessão com sintomas ou defeitos físicos irrelevantes. Há a descrença nos diagnósticos médicos, preocupação e auto-observação constante do corpo.
Descorbertas, descobertas... me considero uma eterna cientista, sempre descobrindo coisas, sentimentos, pensamentos, descobertas novas.
E hoje descobri o motivo da minha hipocondria... Conversando com minha irma, que se encontra ausente, falávamos sobre minha sobrinha, que havia comentado mais cedo comigo, estava sentindo dor de cabeça. A mãe me advertiu de que sempre que esta nao está por perto, a filha sente alguma dor. Dói a barriga, dói a cabeça, o ouvido e por ai vai. A mãe muito calmamente comentou que bastaria um poquinho de carinho para a dor passar. Como quando somos pequenos e os pais dizem, “deixa eu dar um beijinho que passa” e pronto. Enfim, euzinha aqui adquiri muito ‘sabiamente’ um recurso próprio de prevenção e até mesmo contracepção para esses males, virei uma autêntica e felíz em assumir, hipocondríaca. Percebi que ao adquirir minha hipocondria estaria automaticamente curada e abstida de qualquer dor, fosse lá onde ou quando suirgisse. Não precisaria mais depender de um carinho ou beijinho para curar-me.
Bom, e assim descobri não o motivo da minha hipocondria, mas sim a origem da hipocondria. Que por sinal em muito me lembra uma outra palavra, hipocrisia.
Hipocrisia?
A hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes e sentimentos que a pessoa na verdade não possui. A palavra deriva do latim hypocrisis e do grego hupokrisis ambos significando representar ou fingir.
E assim, não seríam os adultos, hipócritas ao assumir não necessitarem de carinho, atenção ou amor, opitando por se tornarem hipocondríacos hipócritas, ou pior, hipócritas hipocondríacos?
E em que classe eu me encaixaria? Hipocritamente prefiro admitir ser simplesmente um adulto hipocondríaco.

Como o coração pode doer

Como o coração pode doer
por Juliana Barreto

É impressionante como o coração pode doer. Certa vez ouvi falar de um tal sentimento de soco no estomago, algo que dói, dói, corrói e não existe remédio para esse mal. É algo de que se pode falar, vomitar, chorar, passar dias e noites, esperar o semestre acabar, o verão, as férias, o mês, o próximo fim de semana, viajar, a fase passar, o que parece mesmo é que esse momento nunca irá chegar. Parece nunca chegar o tempo em que se respirará sem sentir dor, sem arranhar o coração. É algo parecido a quando estamos gripados e tudo incomoda, só queremos fugir, dormir, mas nenhuma posição é suficientemente cômoda, pode-se dormir o tempo que for, ainda irá acordar com a mesma sensação de soco no estomago, a mesma sensação de dor. Nada faz passar aquela dor. Nada, nem ninguém. Queria poder fazer um transplante de coração, de memória, de tempo que fosse, acreditaria em qualquer coisa, tomaria o que me dessem, obedeceria a qualquer dieta, me candidataria a ser parte de qualquer novo experimento que fosse, para me salvar dessa dor infinita. Nem sequer tenho mais lágrimas para chorar, elas secaram, secaram de dor, de mágoa, de decepção, de fraqueza, de impotência. Queria não ser eu, não estar em meu coração, com o meu coração, queria não ser meu coração. Ah, por favor, alguém tem uma pastilha que alivie essa dor, por alguns segundos que seja? Dêem-me um filme de mil horas para assistir, me façam trabalhar por uns dez anos seguidos, me ocupem, me chamem, me tomem de mim, mas, por favor, não me deixem sentir essa dor!