terça-feira, abril 06, 2010

Desaprenda!

Sempre gostei desse dizer escrito num muro qualquer da cidade e que copiei e colei como imagem central e inicial do blog que fiz pra chamar de meu. Mas, hoje, já quase 2010, terminando 2009, percebo que a imagem escolhida para ilustrar o que existe aqui não poderia ser mais perfeita e significativa pra mim neste momento de minha vida.
Acredito que este deveria ter sido O ANO. O ano que eu faria o que sempre sonhei, que eu correria de encontro aos meus sonhos e realizações, abrindo mão de tantos outros sonhos já concretizados num passado. No entanto, este foi também o ano em que mais desaprendi e isso só aconteceu porque em algum momento de toda essa caminhada eu resolvi simplesmente não fazer o melhor, o que era correto, ou da maneira ‘perfeitinha’ que sempre fiz. Foi um ano dedicado a mim. Assumi um compromisso de respeito e de amor por mim mesma. Fiz apenas o que me deu vontade, só fiz bem feito o que eu realmente estava a fim de fazer. Eu só saí quando quis sair, só falei com as pessoas que eu queria e quando queria falar. Aprendi e amei estar sozinha. Ao contrário do que tinha passado a vida fazendo, fiz muito de menos do que não me interessava e fiz um pouco de mais do que realmente queria fazer. Solidão? Egoísmo? Egocentrismo? Pode ser tudo isso e muito mais, o que sei é que fui, pela primeira vez, eu mesma, fazendo por mim e pelos outros, mas apenas quando estava a fim. E creio que em sendo assim, tenho sido no último ano, ao contrário do que muitos possam pensar, a pessoa mais altruísta que já havia conhecido em minha vida. Cultivei solidão e colhi amor próprio e respeito pelas pessoas exatamente como elas são. Aprendi que chegada a hora do balanço final, nem tudo são flores, e que posso descobrir muitos espinhos ao longo do caminho percorrido, mas o que realmente interessa é que esse caminho foi feito por mim, eu o trilhei e o construi a minha maneira, sem medo de ser feliz ou infeliz, mas simplesmente sendo eu mesma a todo e a cada momento.

2 comentários:

Tiago M. disse...

o insuperável poder
da presença "eu sou"

:)

assim é

Eloisa G. disse...

Esse ano acordei narcisica. Abri os olhos e estava livre. Não porque estivesse livre para ir onde os impulsos e vontades me levassem, mas porque simplesmente, eu que sempre fui um super-ultra-alter-id-ego-furacão de vontades e impulsos para todos os lados e lugares, não os tinha mais. Então estava leve, estava brisa. Era finalmente livre o bastante para ir à vontade do vento, leve o bastante para deixar-me levar sem medo, calma o sufiente para correr com os vendavais. E foi nesse dia que me livrei das perguntas também, pois recordei todos os meus saberes, conhecimentos e estudos e soube então que me traziam enorme prazer mas que jamais bastariam. Pelo contrário, quanto mais se sabe, mais se descobre que há para saber. Foi então que a minha liberdade se fez, não através de fazer o que se quer, mas em livrar-se do querer. Tampouco se fez minha alegria em encontrar respostas, ainda menos em descobrir perguntas. Abri os olhos e estava leve, feliz, fresca e livre como a brisa porque não sabia de nada, e gosto assim. "Só sei que nada sei" o mundo é lindo quando o descobrimos e desbravamos todos os dias.