quarta-feira, julho 29, 2009

Da Unicap de cá direto para Unicamp de lá


Pois bem, vou resumir a história. Saímos, um belo grupo de “meninas” e dois meninos, direto do nordeste pernambucano de cá para o sudeste paulistano de lá. Todos, pois, de mentes arregaçadas, cansadas, desprovidas de uma construção de sentido de qualquer coisa que fosse, após ter sobrevivido a um doloroso e pavoroso primeiro semestre de Mestrado, pois é mes-tra-do (se é que eu ainda sei como se separa sílabas). Pois bem, como ia dizendo, pra que danado inventamos esse tal de passear por lá? Ainda não sei se estávamos querendo “aparecer bem na fita” para os nossos orientadores de cá, ou se estávamos simplesmente querendo tirar os nossos pobres e mofados casaquinhos para passear por lá... O que sei é que o tal passeio teve de tudo menos o tal do assistir palestras enfadonhas... Pra começar, chegando ao evento, descobrimos que as nossas pobres bundinhas, acostumadas ao calorzinho da areia úmida da praia de cá, teriam que sentar num cimento frio e gelado de lá, uma arquibancada de ginásio muito mal disfarçada de auditório chique. Depois, deram inícios às arrumações e colocações de casacos, botas, cachecóis, luvas, parecíamos mais uma vitrine de árvore de Natal, todas decoradas com milhões de arranjos, tentando em vão, nos proteger do frio de lá... Foi inútil! Por fim era um tal de dedo do pé roxo pra cá, dedinhos dos pés doídos de lá, unha encravada pra cá, compra alicate pra lá... Era tanta mulher reclamando dos pés doloridos... Também, pudera, tudo acostumada a andar só de chinelas havaianas por esses lados de cá, coitadas! Chegando lá também tinha um prédio chamado de Educação que as salas eram ordenadamente indicadas por “ÊD 1”; “ÊD 2”; “ÊD 3” e assim por diante, pronúncia típica do paulistanês de lá. Mas quem disse que a gente acertava achar essas salas? Perguntava-se para todos os lados onde ficavam as salas “ÉD 1”; “ÉD 2”; “ÉD 3”, seguindo a risca a pronúncia típica do pernambuquês de cá... E nada de encontrar sala alguma. Era um tal de rodar pra cá, andar pra lá, dividir o taxi pra cá, juntar o dinheiro pra lá... Até, que quando se achavam as salas, os pés já estavam doloridos demais pra sentar e assistir uma palestra enfadonha... “VamuX pro shopping?”; “vamuX voltá pro hotel?”; “melhor esperar pelaX outraX pra dividí o taxi!”; “oooxiii, o negócio caro da bixiga!”; “mas a noite a gente sai, num sai?”; “só se fô depois de ‘Arebaba’”; “tú avisaX aoX outroX, visse?, que eu já vô íno, que meus pés tão dueno que só a mulesta! Visse?”; “até maiX ver”. E quando chegava a hora da novela era um tal de ligar pra um apartamento de cá, comentar a novela de lá... Isso, sem contar no tanto de fotos, era um tal de tirar foto pra cá, segurar um tanto de máquinas fotográficas pra lá... E as palestras enfadonhas? Nem sinal... Houve até quem se inspirasse nas "das doidas" que passeavam por lá como tema de mestrado de cá... E há quem diga que o Congresso foi muito cansativo. Cansativo mesmo foi carregar aquele ‘mói’ de roupa o tempo todo pra lá e pra cá! Pois bem, este foi um breve relato do que rolava pra lá e pra cá, lá na Unicamp de lá, direto da Unicap de cá...

3 comentários:

Hiliana disse...

Ju, realmente, olhando por eeste ângulo foi muito divertido mesmo. Gostaria de destacar o entrosamento de lá que reforçou as relações de cá, e o aconchego dos colegas lá que nos uniu ainda mais do lado de cá. São momentos como este que nos enriquece enquanto pessoas, pois descobrir amigos é sempre maravilhoso, mesmo que seja no frio de lá, diferentemente da quentura de cá " visse'?

Abner Castro disse...

Eu que estou do lado de cá, estou derretendo com a quentura de cá... fico imaginando como deve estar quente lá... rs

Abner - São Paulo

Eloisa G. disse...

Rs. Se acostuma com a bagunça das salas nos prédios depois de algum tempo, e se aprende até atalhos estratégicos! Não consigo imaginar a vida acadêmica sem os encapotamentos, os casacos extras de empréstimo, e os amontoamentos de amigos na escada onde o meio é disputado pela lei do "falei primeiro". Quanto aos pés, usamos botinhas tipo esquimó com muita e todo tipo de meia. Tava doendo assim só pelo frio, ou era salto? Salto em campus nunca é uma boa idéia. Mas como você percebeu, e provavelmente já sabia, de havaiana ou de bota, a coisa da vida acadêmica é a amizade. Tipo meu amigo que anda 4 quarteirões pra pegar uma blusa quando estou com frio, me põe como co-autor de trabalhos que não fiz em congressos porque meu currículo lattes está pobrinho, ou ainda minha amiga que usa meu novo all-star até ele ficar macio.
:)
Boa sorte no mestrado!