quarta-feira, dezembro 31, 2008

Blue Moon...

Blue Moon... You saw me standing alone, without a dream in my heart, without a love on my own…
It was like shooting a sitting duck. A little long talk, a smile and there I was… stuck! I still don't know what you've done to me. A grown-up woman should never fall so easily like that, and I felt a kind of fear when you were near me… Maybe I was guessing what was about to happen.
I've had a few little love affairs, they didn't last very long and they've been pretty scarce, I used to think that was sensible, but it makes the truth even more incomprehensible, because everything is new for me now and all I've learned has definitely overturned.
I wasn't jealous before we met, now every woman I think of is a potential threat, I feel it isn't nice. You've heard me saying that smoking was my only vice. But now it isn't true. Now everything is new, everything is different and unsatisfied, I skip my pride, and I keep thinking of you.
Well, I would like to know how much longer it will take to cure this. ‘Cause I feel like a snowball running down, melting under sunlight. I want to hear your whisper once again…, no, it is even worse, I feel I am all of a suddenly “accidentally” in love. But I can't take a chance on you, that's something I could never do, there's that look in your eyes, I can read in your face that your feelings are driving you wild. I can chat with you, flirt a little, maybe… But better slow down, I can see what you want, but you also seem to be searching for that kind of fun, so maybe I'm not the one, not now. I like your style and I know what you mean when you give me a flash of that smile. We know the start and we know the end, masters of the scene, we’ve done it all before and now we’re back, although it is never the same.
So take it now or leave it, now is all we get, nothing promised, no regrets, no big decision, you know what to do and I know what you think… looking mighty proud. I’m really glad you came. But I can see you waving goodbye with an absent-minded smile, I watch you go with that well-known sadness and I have to close my eyes for a while. I feel the feeling that you are going away, and now it’s for good, now it’s forever and I didn’t even get the chance of entering your world.
But I will still feel glad whenever I can share your laughter, that funny old friend of mine, just like the past… I try to capture every minute, the feeling in it… Do I really see what's in your mind? Each time I think I'm close to know, you keep on leaving, slipping through my fingers all the time.
But once there was a moment, I remember sleep in our eyes, you and me at a sort of lunch table, barely awake, I let precious time go by, then when you’re gone there's that odd melancholy feeling and a sense of guilt I can't deny. What happened to the wonderful adventures of ours? The places we had planned for us to go to? Well, some of that we did, but most we didn't and why? I just don't know. Sometimes I wish that I could freeze the picture and save it from the funny tricks of life. And I still don’t know weather I would freeze our past or our today. So the only thing I ask you is not to go wasting your emotion all around, even if you refuse to lay your love on me, but you are too precious for just anyone…
Love always, your friend since always…
Me

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Procriando mundos...

Outro dia ouvi de alguém que a maneira mais eficaz de nos conhecermos melhor é viajando, saindo do nosso habitat natural! Acho que esse alguém tinha razão. Ao sair, ir de encontro ao que não conhecemos, acabamos por descobrir não só um lugar novo, mas um mundo novo dentro de nós mesmos. E eis que encontrei algo, coisas, pessoas, e, por fim, um alguém.
O que agora escrevo para esse alguém, também para todos os alguéns com quem estive nesses últimos dias e, por fim, para mim mesma.
Certo dia, também ouvi de minha filha: “mamãe, você é muito ESPESSOAL!” Adorei aquilo! Seria (como comentou um sábio conhecido), um especial sem identidade, um ex-pessoal, agora público, pessoalmente especial, pessoal e especial ao mesmo tempo!
Pois bem, diria que estive com pessoas especiais e, por fim, estive com alguém simplesmente espessoal! Com certeza já havíamos estado juntos antes, até mesmo no sentido literal das palavras, mas também, e com a mesma certeza, nunca havíamos nos encontrado antes de fato.
Estou falando de sintonia, de sintonizar o próprio ser e estar, aqui ou ali, comigo e com o outro. Acho que dessa vez, e, pela primeira vez, você me viu, me conheceu e você só me conheceu quando eu fui você. Mas, ao mesmo tempo, você não me reconheceu porque ainda não se sabe eu.
Quanto a mim e eu, talvez, ter sido o outro, ter sido você, provavelmente, eu também era eu naquele momento. Eu sempre fui muitas. É complicado entender isso, mas eu sempre fui muito em muitas, mesmo sendo uma só a todo tempo. Só depende de como e quem se disponibiliza a me ver.
Quando estabelecemos uma sintonia com nós mesmos, percebemos com mais nitidez o outro, com mais vontade conseguimos ser o outro. No entanto, geralmente nosso grau de miopia não nos permite ver as coisas, o algo, os alguns, os alguéns, ou mesmo um alguém espessoal.
É tudo uma questão de reflexo. Tudo, todos por quem passamos, quem encontramos: esses são todos reflexos nossos apenas.
E, às vezes, nos deparamos com alguns reflexos que não nos reconhecemos neles, esses são o nosso lado careta, nossa parte limitada, nosso ser ignorante, todos eles se manifestam através dos outros que cruzam nosso caminho.
A maioria de nós quer seguir um caminho descrito pelos outros, traçado pela ilusão do outro de ver em nós simplesmente a si mesmo. Poucos têm força, coragem, determinação, firmeza para não “refletir” o outro, e traçar o próprio caminho.
Li por aí que existem milhares de eu-pressores, mas acredito que todos os eu-pressores estão em nós, só precisamos nos transformar, fazer uso do nosso próprio reflexo nos outros e não nos deixar contaminar por reflexos alheios de pessoas, pressões, eu-pressores. É preciso inverter, reverter, inserir-se em contextos inadmissíveis, possibilitando realidades fictícias, materializar sonhos, deixar que o inadmissível se torne admissível e o impossível possível. Precisamos ser como um livro aberto com mais de infinitas páginas, falando, descrevendo, escrevendo, gritando sobre mais do que tudo, sobretudo, gritando infinitamente sobre tudo.
Bom, vou indo... Acho que finalmente chegou a hora de refletir... É tempo de produzir, de não "mudar" e "mudar", preciso me separar de você agora para poder "mudar" minhas idéias, meus afazeres necessários gritantantes e os desnecessários "mudos"...
Criados-mudos!
Enfim, tenho que ir...
Mas te mando notícias de mim, se souber alguma...
E, enquanto isso... vamos criando-mudos, procriando mundos!

O silêncio das palavras que gritam em mim...

Acredito que por algum tempo habituei-me a companhia das palavras, ao silêncio da noite, a vista da ponte por sobre o mar e ao som incessante do vento entrando pelas frestas dos espaços que ficam por entre aberto ao que não conseguimos fechar totalmente, encerrar.
Mas, isso foi há um tempo atrás. Tempo esse que já não sei dizer quando foi ou se foi. Acho que estava por aí, distante de mim. Há tempos me distanciei das palavras. Elas deixaram de ser meu vício e o vício, ou melhor, os vícios passaram a ser outros.
Mas hoje estou de volta ao velho vício das palavras, o vício de me acompanhar delas, e agora para sempre, como sempre foi... Como casamento em igreja, na alegria e na tristeza, na doença e na saúde, na riqueza e na pobreza, até que a morte nos separe.
Casei-me com as palavras. Escrever não é vontade, é necessidade. É por isso que os músicos tocam, que os pintores pintam, que os escultores exculpem, que os atletas correm: porque precisam.
E eu preciso me fechar todos os dias na companhia de minhas próprias palavras, das palavras dos outros e da palavra do outro que perpetuam em mim através do registro das minhas próprias palavras.
E assim sigo, na companhia das palavras que sopram pelas frestas dos espaços que ficam por entre aberto na cálida tolerância das palavras que insistem em gritar em mim.