quinta-feira, julho 31, 2008

Por que eu apareci? Porque Você me Chamou e Eu Vim

Por que eu apareci? Porque Você me Chamou e Eu Vim
por Juliana Barreto

Você perguntou por que eu apareci em sua vida e, exatamente neste momento. Apareci porque você me chamou, porque você quis assim, você quis que eu chegasse, você quis que eu aparecesse, exatamente assim, exatamente neste exato momento, exatamente agora, exatamente assim, você quis me conhecer e eu simplesmente apareci, você me chamou e eu apenas respondi ao teu chamado, eu vim, simples assim. Quanto a mim, eu andava meio me escondendo por aí, não queria sair, não queria conhecer ninguém, encontrar ninguém, eu estava em paz comigo mesmo, só queria estar comigo e mais ninguém. Mas você surgiu do nada e de BH, quase como se estivesse me preparando para te conhecer, em uma fase ‘incubadora’, em uma fase em que nada dá, estava me conhecendo para, só assim, estar pronta, estar, talvez, e dessa vez pela primeira vez, inteira para alguém. E o que me levou a isso? Você, eu, o RÔtary, sei lá... Só sei que me senti no direito, mesmo sem você ter me outorgado a liberdade, ou o direito, eu fui entrando e você abriu os teus armários, todos e tantos, que cheguei a pensar em fugir, mas não consegui. Acho mesmo que eu estava a te esperar, talvez para ver deitar o sol sobre os teus braços, ainda que nem tanto, mas para mim, castos.
Sobre ‘gostar de um outro alguém’, seria mais uma fuga, mas agora não mais minha, mas sua apenas, ou seria pena, pesar? Sei lá... Mas por hora, apenas cobre a tua culpa vã, pois até amanhã eu vou ficar, pra fazer do teu sorriso um abrigo. Pode me cantar e contar toda sua vida, pois é pelos cantos, e por todos os cantos que eu vou chegar. Pode cantar o teu encanto, que eu não me incomodo de me encantar. Aliás, conta para mim, qualquer coisa assim, sobre você, é sempre bom escutar o eco do nosso próprio ego. Ecoa, ressôa, mas me conta qualquer coisa que explique a minha paz. Tristeza, nunca mais. E quer saber do que mais? Mais vale o meu pranto, que este conto em solidão. E eu estava a te esperar mesmo, quando foi só você chamar... Nessa espera o mundo gira em linhas tortas. Agora, abre as tuas janelas, pois a primavera quer entrar, pra fazer dos nossos sorrisos, abrigos e dos nossos discursos, uma só voz, uma só língua, e aí, quem sabe, linguística pura!
Conta que é de canto que eu vou chegar, conta toda a sua vida e me toca um tanto, que é pra eu me encontrar. Conta para mim, qualquer coisa assim, sobre você... Que explique a minha paz... Tristeza, nunca mais... Amores? Temos um tanto e todos infinitos... Mas, tristeza, nunca mais!!
Foi bom te conhecer e me conhecer assim, ainda mais. Pronto, já não tenho mais medo, posso até tomar café quente, que não vou me queimar!

segunda-feira, julho 14, 2008

Você me cantou, cantou para mim e me (des) encantou...

Você me cantou, cantou para mim e me (des) encantou...
Juliana Barreto

Quando te vi pela primeira vez estava em guerra comigo mesma. Gritava aos quatro ventos You’ve got to get yourself together, you’re stuck in a moment, and you can’t get out of it..., mas gritava principalmente tentando fazer uma única pessoa ouvir meus apelos – eu mesma. E insistia, don’t say that later will be better..., e foi assim que naquele exato momento, decidi, resolvi, mesmo que ainda incrédula, acreditar que, talvez, quem sabe, poderia me permitir perceber aquele one love, one life, one need, in the night, e me deixar olhar, me importar, pois one love leaves you, darling, if you don’t care. Mas ‘tough’ que sou, optei por partir primeiro. E partindo, não estaria deixando de me importar, e assim levando alguém a me deixar. Mas simplesmente não estaria ali para me importar, ou ter que suportar, mais adiante, alguém que talvez me convencesse a sair do prumo, mudar meu rumo. Estava em paz, mesmo que não exatamente, mas procurava stand myself up straight, carry my own weight... I was just trying to find a decent melody, a song that I could sing in my only company... E só queria poder estar in my only company... nobody was aloud to get in... Mas eis que você cantou para mim, a decent melody, a song that I could sing, me cantou e me contou que eu já estava desencantada, ou quem sabe, agora encantada. Mas principalmente você insistiu, me apareceu, surgiu quando eu menos esperava e mais precisava, por tantas vezes, que perdi as contas, e que você nem deve lembrar ou mesmo saber, me fez companhia. Não aquela companhia que você buscava, mas a companhia que eu ansiava e até esperava. E assim me fez ver, renascer e perceber o quanto poderia estar presa a águas passadas e que já não moviam moinho, com medo de pisar em terra firme, nunca antes habitada... Me fez provar, eu quis provar, conhecer, e assim me conhecer, me testar, me convencer de que o que tinha medo, nada mais era do que simplesmente de mim mesma, me libertar. E depois que te vi, nem por isso cai, nem por isso me desequilibrei, mas ao te conhecer apenas me reestruturei, finalmente I got myself together... Obrigada por me fazer enxergar que sometimes I just can’t make it on my own. E agora aprendi what a beautiful day really is... and I won’t let it get away... porque agora eu sei que what you don’t have you don’t need, and what you don’t know you can feel it somehow. And now I know what a beautiful day really is.
É isso, é mais ou menos por ai...

domingo, julho 06, 2008

Amar é Deixar Alguém Te Amar

Amar é Deixar Alguém Te Amar
Por Juliana Barreto

Acabo de chegar em casa e percebo que justo quando pensamos que somos perfeitamente capazes de morrer de amor, podemos sair e conhecer um mundo de gente que igualmente, por vezes mais ou menos, também poderíamos morrer de amor, e percebo que tudo, absolutamente tudo na vida é uma questão de escolha, podemos escolher nos acomodar ou lutar, podemos escolher morrer de amor ou sair e conhecer gente nova, podemos escolher ficar esperando uma ligação ou ligar logo e levar um fora ou não, podemos escolher ser a vítima ou sacanear alguém, podemos escolher ou ser escolhido...
E do que se trata afinal? Escolher ou ser escolhido, conquistar ou ser conquistado, será que mesmo quando nos permitimos ser conquistados não estamos na verdade escolhendo quem pode ou não pode nos conquistar? E será que quando escolhemos tudo não estamos na verdade só controlando tudo? Ai é quando me lembro de algo tão simples e aparentemente tão óbvio que sempre repeti: quando eu quero, eu quero quando eu não quero eu não quero... E penso: será que não estava eu mais uma vez dando as cartas, decidindo, controlando, enfim escolhendo? Então quando será que não escolhemos, ou melhor, quando será que não devemos escolher? Qual é a hora de falar ou de ouvir, qual é a hora de agir ou de ser guiado, de tomar a frente ou de se deixar levar, de convencer ou de ser convencido? Um dia desses conversando com alguém, discorrendo sobre meus encontro e desencontros amorosos, eis que esse alguém cantarola ao meu ouvido uma música de Legião urbana: saber amar é deixar alguém te amar... Fui embora e agora quase 10 dias depois de ter ouvido aquele sussurro não consigo deixar de pensar nessa música, a qual até cheguei a imprimir da internet, o que foi mil vezes pior, pois o restante da música era ainda mais esmagador, e acredito que a pessoa que me sussurrou tal música talvez não tenha nem noção da completa desarrumação que causou ao quarto dos meus pensamentos... Então se amar é deixar alguém te amar, não escolhemos esse alguém? E se escolhemos como permitir que sejamos amados, escolhidos? Sinceramente não faço a menor idéia, mas só queria aprender, descobrir... Dar a chance ou mesmo aprender a ganhar a chance de amar alguém e deixar alguém me amar.

Zona de Conforto que só A Dor é capaz de proporcionar

Zona de Conforto que só A Dor é capaz de proporcionar
por Juliana Barreto

Acordei e fui verificar minha mais recente produção textual, ou seja, reprodução do meu intelecto, dos meus sentimentos, do que há de mais íntimo em mim, do meu mais profundo eu, enfim o que escrevi ontem ao chegar em casa e que por fim só descobri hoje ao acordar. E eis que cheguei a uma conclusão desgraçada, sofrida, mas profundamente verdadeira. Como eu estava adorando sofrer por você! Isso me fazia produzir loucamente, a ponto de chegar a produzir minha tão sonhada obra. Mas dado ao fato de que já não conseguia produzir tanto assim, me peguei curada e sem saber se isso era bom ou ruim. Tentei uma última vez, apelativamente, ainda me colocar aos seus braços, na ânsia de fugir de um novo amor, mas eis que você foge mais uma vez, como sempre fugiu. E eu me pego incrédula a desconfiar, que talvez inconscientemente tenha mando essa mensagem para você, pois foi o melhor que poderia ter feito por mim. Ao ignorar minha busca por você, busca essa, e só agora compreendo, não exatamente por você, mas uma fuga de mim mesma. Melhor seria ter permanecido em paz, na mais completa paz da minha zona de conforto, do meu sofrimento inabalável e tão reconfortantemente tranqüilo. Não precisaria me arriscar a sofrer novamente. Caída ali, totalmente esmagada pelo sentimento dilacerante do sofrimento de ter perdido um amor. Pronto, zona absoluta de conforto, não estaria sujeita a sofrer novamente, a ter que caminhar pelos difíceis ladrilhos da desilusão. Zona absoluta de conforto, ponto final. Sofro por ele sim, choro por ele sim, e quero ficar exatamente aqui, não me chamem, não me animem, não me façam ter o trabalho de gostar de um outro alguém. Deixem-me exatamente aqui, onde estou, com meu sofrimento, em paz. Um homem com uma dor é muito mais elegante, já dizia Zélia Duncan. E como ela estava certa, me sentia exatamente assim, eu carregava o peso da dor como se carregasse uma medalha, uma coroa, um milhão de dólares ou coisa que os valha. Na verdade estava simplesmente ancorada, protegida pela minha mais feliz zona de conforto do sofrer. Ópios, édens, analgésicos, não me toquem nessa dor. Ela é tudo que me sobra e Sofrer seria minha primeira e última obra, mas não mais. A vida agora é tudo que me sobra e Viver será a nossa última obra.
Obrigada pela Dor.

Hipocondria ou Hipocrisia?

Hipocondria ou Hipocrisia?
por Juliana Barreto
Hipocondria?
A hipocondria, do grego hypo- (abaixo) e chondros (cartilagem do diafragma), é um estado psíquico que se caracteriza pela crença infundada de se padecer de uma doença, às vezes grave. Costuma ser uma obsessão com sintomas ou defeitos físicos irrelevantes. Há a descrença nos diagnósticos médicos, preocupação e auto-observação constante do corpo.
Descorbertas, descobertas... me considero uma eterna cientista, sempre descobrindo coisas, sentimentos, pensamentos, descobertas novas.
E hoje descobri o motivo da minha hipocondria... Conversando com minha irma, que se encontra ausente, falávamos sobre minha sobrinha, que havia comentado mais cedo comigo, estava sentindo dor de cabeça. A mãe me advertiu de que sempre que esta nao está por perto, a filha sente alguma dor. Dói a barriga, dói a cabeça, o ouvido e por ai vai. A mãe muito calmamente comentou que bastaria um poquinho de carinho para a dor passar. Como quando somos pequenos e os pais dizem, “deixa eu dar um beijinho que passa” e pronto. Enfim, euzinha aqui adquiri muito ‘sabiamente’ um recurso próprio de prevenção e até mesmo contracepção para esses males, virei uma autêntica e felíz em assumir, hipocondríaca. Percebi que ao adquirir minha hipocondria estaria automaticamente curada e abstida de qualquer dor, fosse lá onde ou quando suirgisse. Não precisaria mais depender de um carinho ou beijinho para curar-me.
Bom, e assim descobri não o motivo da minha hipocondria, mas sim a origem da hipocondria. Que por sinal em muito me lembra uma outra palavra, hipocrisia.
Hipocrisia?
A hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes e sentimentos que a pessoa na verdade não possui. A palavra deriva do latim hypocrisis e do grego hupokrisis ambos significando representar ou fingir.
E assim, não seríam os adultos, hipócritas ao assumir não necessitarem de carinho, atenção ou amor, opitando por se tornarem hipocondríacos hipócritas, ou pior, hipócritas hipocondríacos?
E em que classe eu me encaixaria? Hipocritamente prefiro admitir ser simplesmente um adulto hipocondríaco.

Como o coração pode doer

Como o coração pode doer
por Juliana Barreto

É impressionante como o coração pode doer. Certa vez ouvi falar de um tal sentimento de soco no estomago, algo que dói, dói, corrói e não existe remédio para esse mal. É algo de que se pode falar, vomitar, chorar, passar dias e noites, esperar o semestre acabar, o verão, as férias, o mês, o próximo fim de semana, viajar, a fase passar, o que parece mesmo é que esse momento nunca irá chegar. Parece nunca chegar o tempo em que se respirará sem sentir dor, sem arranhar o coração. É algo parecido a quando estamos gripados e tudo incomoda, só queremos fugir, dormir, mas nenhuma posição é suficientemente cômoda, pode-se dormir o tempo que for, ainda irá acordar com a mesma sensação de soco no estomago, a mesma sensação de dor. Nada faz passar aquela dor. Nada, nem ninguém. Queria poder fazer um transplante de coração, de memória, de tempo que fosse, acreditaria em qualquer coisa, tomaria o que me dessem, obedeceria a qualquer dieta, me candidataria a ser parte de qualquer novo experimento que fosse, para me salvar dessa dor infinita. Nem sequer tenho mais lágrimas para chorar, elas secaram, secaram de dor, de mágoa, de decepção, de fraqueza, de impotência. Queria não ser eu, não estar em meu coração, com o meu coração, queria não ser meu coração. Ah, por favor, alguém tem uma pastilha que alivie essa dor, por alguns segundos que seja? Dêem-me um filme de mil horas para assistir, me façam trabalhar por uns dez anos seguidos, me ocupem, me chamem, me tomem de mim, mas, por favor, não me deixem sentir essa dor!